Iarley promete até "colocar chuteiras" em volta ao Inter para coordenar joias



Autor da principal jogada da história do Inter, Pedro Iarley Lima Dantas tem agora a missão de formar novos jogadores que possam seguir seus passos no clube. Novo coordenador técnico das categorias de base, promete dar preciosas dicas para joias, assim como voltar a vestir chuteiras para auxiliar no polimento de promessas coloradas. 

Aos 42 anos, Iarley não esconde a felicidade do retorno ao Beira-Rio e do carinho que tem recebido de torcedores. Além de “voltar para casa”, também passa por uma espécie de reconciliação, após uma conturbada saída em 2008, quando seguiu para o Goiás e reclamou de falta de comunicação por parte da diretoria.

A história do ex-jogador colorado está diretamente ligada ao clube gaúcho. Iarley defendeu o Inter entre 2005 e 2008. No Mundial de 2006, foi o autor da assistência para Adriano Gabiru superar Victor Valdés e garantir a vitória por 1 a 0 sobre o Barcelona, na maior conquista da história colorada.

Além da importância no Mundial, Iarley tinha ascendência no vestiário. Era um dos principais líderes do grupo, junto a Fernandão e Clemer. Em 2008, deixou o Beira-Rio magoado com o tratamento recebido da direção. 

ENTREVISTA:
GloboEsporte.com – Como você encara a volta ao Inter depois de tantos anos? 
Iarley – Com alegria. A gente já vinha falando desde o ano passado, mas eu tinha algumas coisas para resolver lá em Fortaleza. O Luiz Fernando Costa (ex-vice de futebol) queria que eu trabalhasse no profissional. Depois do falecimento, esfriou um pouco. Recebi agora o convite do (presidente) Piffero junto com o (vice de futebol) Pellegrini e vim aqui no CT de Alvorada para dar uma olhada de como seria meu trabalho. Vou ficar com a coordenação técnica dessa transição do time B para o profissional juntamente com o Ortiz (coordenador geral). Como tem muita viagem, poderemos revezar, sempre acompanhando de perto a evolução desses garotos com o profissional.

Como é para você essa transição de comentarista esportivo para voltar a trabalhar no futebol?
Tudo é relacionado ao futebol. Sempre fui um profissional que gostava muito da parte tática e técnica. Se eu detectava que tinha algo errado dentro do jogo, já me posicionava de outra maneira. Fazia movimentações para o time melhorar, sempre discutia com o técnico. Era um treinador dentro de campo para ajudar o comandante. Sempre exerci esse papel, fui muito dedicado a tudo que estava sendo feito. Eu procuro hoje aliar essa experiência aos estudos para adquirir mais conhecimento.
Era um treinador dentro de campo para ajudar o comandante. Sempre exerci esse papel, fui muito dedicado a tudo que estava sendo feito. Eu procuro hoje aliar essa experiência aos estudos para adquirir mais conhecimento"
Iarley
Como você se preparou para o trabalho?
A previsão é fazer o curso de treinador da CBF para falar sobre o que está surgindo, ficar sempre atualizado. Gestão de pessoas, inteligência emocional e coaching eu fiz para a minha empresa. 
Ao projetar um plano de carreira, pensa em ser treinador no futuro?
Não. Gosto dessas metas próximas. Aqui é desenvolver o aprimoramento do jovem. Não adianta só formar atletas, mas homens. Já temos psicólogo, assistente social. A categoria de base do Inter não precisa mudar, mas acrescentar conhecimento. Aqui os profissionais são de primeira linha. Meu papel é fazer com que, se subiram 10 garotos, que subam 11. Se subiram 11, que fiquem os 11 e não saia nenhum. Que sejam aproveitados cada vez mais. Se não jogar no profissional do Inter, que seja por outro clube. 

Já conversou com Argel sobre essa nova função?
Nós já batemos um papo. Aos poucos, vamos ajustando. O Argel é completamente aberto e tem utilizado muitos garotos. É um dos caras que mais utiliza e dá moral para as categorias de base. O Argel costuma fazer coletivo com jogadores que não foram utilizados nas partidas. É a oportunidade que temos para levar os garotos com condição de disputar esses treinamentos com o profissional. Para que esses jovens estejam prontos na hora que precisar. 

Você mesmo falou na saída conturbada que teve, até inesperada na época, em 2008. Agora volta ao clube. Episódio superado?
Inesperada até pra mim. O Vitorio Piffero sempre disse que ia me trazer, a vida dá voltas. O melhor é a gente conversar, se acertar, não ficar nenhuma mágoa. Acho que precisamos perdoar e cada vez mais ter respeito mútuo. 
Iarley na final do Mundial da FIFA pelo Barcelona contra o Internacional (Foto: VIPCOMM)Iarley na final do Mundial de Clubes contra o Barcelona (Foto: VIPCOMM)
Quando atleta do Inter, você armou a principal jogada do clube, no gol do título mundial em 2006. Como é para você ser esse exemplo para o surgimento até de novos Iarleys para o futebol?
Sempre tentei ser exemplo dentro e fora de campo durante a minha carreira. Ainda tive como aliado esse bom rendimento, o que fortalece cada vez mais a minha história, meu nome. O garoto que está aqui tem o respeito por isso. Na hora que tu falas, eles têm que escutar. Há o respaldo. Eu falo para eles que é de graça o conhecimento que vou passar e que sofri bastante para conseguir. Vou entregar de mão beijada. 
Também promete ir ao campo para ajudar os garotos?
No clube, há o projeto Aprimorar e isso também está nos planos, ajudar atacantes e nas finalizações. A gente também vai agregar isso. Vou colocar chuteira e ir para o campo. O bom é que os profissionais do clube sempre se mostram abertos. O Bolívar também esteve aqui fazendo esse treinamento com os zagueiros. São ex-atletas do clube no auxílio de garotos. Não tem idade. Claro que não vamos dizer como um atleta vai bater na bola. Vamos trabalhar algum tipo específico de chute para atacantes, cruzamento para laterais, tempo de bola para zagueiros. 

O Tinga manifestou recentemente o desejo de trabalhar no clube, quem sabe ser presidente. Teve o Clemer e agora você. Como vê essa valorização de ex-atletas do Inter?

É importante essa relação com ex-atletas, nós marcamos história no clube. O torcedor fica muito contente quando estamos próximos, sentimos esse carinho do torcedor, que acaba até por emocionar. Falam que eu nunca deveria ter saído, que o Inter é a minha casa. É um carinho muito emocionante que não tem preço. 
Fonte: Globoesporte.com 
Compartilhe no Google Plus

Sobre Pedro Borghetti

Reporter.
    Comente usando Blogger
    Comente usando Facebook

0 comentarios :

Postar um comentário