Não conversei com Vitorio Piffero sobre Abel, mas não é difícil entender as suas razões para rejeitar a permanência de Abel Braga. Sou capaz de apostar um refrigerante que o presidente eleito ficou extremamente desgostoso com três situações que tiveram o treinador no centro: a eliminação do regime de concentração, a postura desinteressada nas Copas do Brasil e Sul-Americana e o aproveitamento tardio de jogadores das categorias de base. Pode, até, haver outros motivos para justificar a decisão de Píffero mas, certamente, os três enumerados acima já seriam suficientes.
Hora de investir
Tite é, neste momento, o treinador mais valorizado do Brasil. Seu próximo contrato estará perto de R$ 700 mil reais por mês. O Inter tentou manter uma disputa com o Corinthians, mas o clube paulista, em 2015, receberá uma cota da televisão de R$ 170 milhões anuais contra R$ 60 milhões que caberão ao Inter. É possível que a briga por Tite começou a revelar o desequilíbrio econômico que a televisão provocará no futebol brasileiro a partir da próxima temperada. É certo, contudo, que nem o melhor treinador é capaz de garantir títulos.
O Inter precisa, acima de tudo, montar um elenco qualificado para se colocar como candidato a grandes conquistas. Existem treinadores capazes que só estão esperando pela oportunidade para brilhar. Talvez tenha chegado o momento de o Inter investir em um profissional promissor. Para bem cumprir a sua tarefa, qualquer treinador precisa de bons jogadores e respaldo dos dirigentes. Está na hora de os clubes mostrarem que têm juízo. Pagar o que não podem é mau negócio.
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