Ao que tudo indica, Abel Braga só não será técnico do Inter em 2015 se não quiser. Com a manifestação dos dois candidatos à presidência pela manutenção do treinador, parece iminente a continuidade de um trabalho contestado, ainda que com bons resultados.
Em geral, a permanência do comandante é positiva por não forçar uma mudança profunda de um ano para o outro. Alguns dos passos para a construção da equipe já estão consolidados, e bastam pequenos ajustes para que o time siga evoluindo. No caso do Inter, porém, o caso parece ser um pouco diferente.
Os últimos jogos do ano mostraram uma equipe pior do que a que iniciou a temporada, mesmo que tenha atingido os resultados de que precisava. Perdeu-se a identidade coletiva construída ao longo do ano, aquela da aposta nas trocas de passes curtos e valorização da posse de bola. Em um momento de necessidade, o time buscou ser mais vertical. Sumiram problemas anteriores e surgiram outros.
Boa ou não, fica a dúvida se a transformação de estilo foi proposital e será mantida. Neste caso, Abel iniciaria um trabalho quase do zero. Basta observar com atenção as últimas partidas da temporada para ver a falta de padrão coletivo. O caminho seria longo e tortuoso.
A consolidação do toque de bola cadenciado parece mais provável, visto que o grupo é recheado de jogadores técnicos no meio-campo e a história de Abel demontra uma predileção a esse estilo.
Ficaria a missão de recuperar as aproximações entre os jogadores para tabelas, que se perderam ao longo de 2014. Seria necessário, também, encontrar formas de dar velocidade às tramas quando necessário, algo que Sasha fez por um breve período antes da lesão, e que Nilmar pode fazer se voltar à velha forma.
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